domingo, 8 de março de 2015

A epidemia da dengue em Marília


A cidade de Marília, localizada no centro-oeste paulista a 443 quilômetros da capital, vive uma epidemia grave de dengue. Até o momento, foram notificados 5.572 casos e 12 mortes, porém esses números podem ser maiores, já que a identificação da doença acontece através de coleta de sangue e a maioria dos pacientes não fazem o exame. Dessa forma, outras mortes podem estar sendo registradas com outra patologia. A última morte notificada foi do metalúrgico Marcelo José da Silva, de 45 anos, cuja família acusa o hospital de liberá-lo sem um prognóstico. No final de fevereiro, o adolescente João Renato Mendes, de 14 anos, faleceu vítima de dengue e a notícia percorreu a região. As mortes continuam e os hospitais seguem com o caos. E a prefeitura, o que tem feito?
A prefeitura de Marília, na administração de Vinícius Camarinha (PSB), não elaborou um plano de ação no tempo devido, pois sendo a dengue uma doença tipicamente tropical, é previsível sua incidência no verão. Em vez disso, a administração anunciou a compra de um drone para primeiro localizar o foco e só depois os agentes serem acionados ao local. Manobra eficaz para justificar o corte de agentes de saúde responsáveis pelas visitas periódicas. E além dos cortes de "custos" o sr. prefeito entrou com ação para autuar os trabalhadores que supostamente não autorizar a entrada dos agentes, ou seja, a manobra do filisteu é para culpabilizar a população pela epidemia e tirar a responsabilidade do poder público. 
Tais manobras parecem ser copiadas do governo do estado (Geraldo Alckmin-PSDB) na crise da água, na qual o culpado é o trabalhador que supostamente gasta mais tempo no banho ou lavando a residência. Dessa forma, tira-se o foco da privatização da Sabesp e a comercialização de um bem da humanidade, que é a água. A responsabilização da crise da água por parte do mau uso dos trabalhadores é absurda, pois a população consome, em média, 8% da água captada. Na verdade, a maior parte da água é destinada a indústria e a agropecuária e ainda 40% é perdida pela precariedade da própria captação.
Aproveitando a crise criada com a dengue, Camarinha fez a contratação, sem licitação prévia, de uma empresa para a dedetização com o carro-fumaceiro, sendo que, Marília já possui uma regional da SUCEN - Superintendência de Controle de Endemias, órgão público responsável por isso.
No dia 25 de fevereiro, como o caso da epidemia foi se alastrando e sendo noticiado em cadeia nacional (ex. foi o caso da senhora Rosa da Silva, 7º vítima encontrada morta na calçada voltando do PA- Pronto Atendimento), o secretário municipal de saúde, Luiz Takano, chamou audiência pública para justificar o injustificável na Câmara. Apresentou várias tabelas e números que não esclarecia nada, apenas confundia os participantes. Os vereadores, que em sua maioria é base política do prefeito, fizeram perguntas vazias e sem proposição ao secretário, ou seja, só foi enrolação.
O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU-Marília) exige do sr. prefeito a recontratação imediata dos agentes dispensados, a repatriação das verbas que foram retiradas do setor para a compra do drone e a apresentação imediata de um plano de combate a epidemia. Assim como, que Alckmin, mobilize todos os recursos, humanos e materiais, ao alcance do estado para acabar com essa epidemia. A dengue está matando e o poder público é o responsável por essas mortes! Não tomar as medidas à altura da crise é um crime!
Como é possível realizar um show no aniversário da cidade com R$ 500.000 mil reais enquanto os trabalhadores morrem, em pleno século XXI, de dengue?
As mortes consequentes da dengue é de inteira responsabilidade da secretaria municipal e estadual de saúde e os trabalhadores exigem justiça! Não vamos aceitar esse descaso com a saúde pública. Exigimos hospitais equipados com médicos e medicamentos suficientes para atender os trabalhadores e que sejam disponibilizados equipes de combate a dengue em cada bairro da cidade.

João Renato Mendes




A compra do drone sem licitação
Os pronto atendimentos seguem lotados

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