sábado, 16 de maio de 2015

Da eminência revolucionária do amor

Da eminência revolucionária do amor


Ao camarada Alex Leite


As horas...
Os dias... 
Os anos...
Quantos anos....
Quanto tempo...
Tempos difíceis, amargos, cruéis, vazios
Plenos de humanidade, repletos de esperanças tantas
Quantas não podemos descrever
Nem tampouco podemos vê-las realizar-se em matéria...
Em essência humana...

Essência humana...
Essência minha e tua e nossa
E nossa luta tanta
Pela realização de tais essencialidades
Tanta dor e angústia
A dor de nos sabermos tão pequenos diante da crueza do mundo
Do mundo que vivemos
Do mundo que não sonhamos, que não panejamos
De um mundo em que somos sempre estranhos
Estranhos defensores de um sonho
Que em tantas horas sonhamos a sós
E que sonhamos algum dia tê-lo coletivamente
Eis a questão de nossa luta
Pelo que lutamos camarada?
Lutamos pela realização de todas as potencialidades humanas?
Lutamos “pelo bom, pelo justo e pelo melhor do mundo”?
O que é o melhor do mundo se não o amor
O amor por cada ser humano
Somos amantes empedernidos da humanidade
Que hora se faz atroz
Que hora se revela pura, amável, afável, sincera
Sinceridade... Pureza... Amor...
Palavras que almejamos
Ações que ao mesmo tempo temos e tememos
Tememos a ingenuidade que a bondade nos traz
Tememos que a nossa coragem de amar
Seja vista como fraqueza
Estranhamente lutamos por um mundo sincero de amor
Ao mesmo tempo em que nos tornamos duros e intocáveis
Intocáveis da coragem de sermos fracos
Da coragem de sermos humanos
Os anos de luta nos fazem fortes, duros...
Como rochas, aprendemos a perder algumas partes de nós
Mantendo em si sua essência grandiosa
Tocável e intocável ao mesmo tempo
Aquilo que perdemos de nós não pode ser a ternura
Nem tampouco a pureza de nossos atos
E não podemos perder de nós o sincero, o bom, o doce
O mundo pelo qual lutamos está em nós
Em cada gesto de carinho que voluntariamente ofertamos
Em cada ato de solidariedade
Em cada olhar de profundidade que lançamos a outrem
A revolução camarada
Está na perda da aspereza das relações
Está na potencia de nos fazermos tão humanos quanto for necessário
O meu amor, o nosso amor é revolucionário
Não somente por ser amor
Mas por ser amor àquilo tudo que é humano
Há de ser puro, sincero e amante
O mundo
O nosso mundo interno e externo
O mundo que construímos
Para agora e para o que há de vir
À luz do que sou eu e você e todos
Capazes de querer a vida humana em essência
Em toda sua força e coragem de se saber
E de ser tão capaz de amar a vida.

Laura Braga

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