terça-feira, 27 de setembro de 2016

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016 – POSIÇÃO PÚBLICA DO PARTIDO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES UNIFICADO (PSTU)

As eleições municipais de 2016 ocorrerão em um momento profundamente conturbado da política nacional. A crise política culminou com o afastamento definitivo de Dilma Rousseff (PT), tendo assumido em seu lugar o vice Michel Temer (PMDB), o qual está disposto a continuar aplicando as medidas de ajuste fiscal iniciadas pela sua antecessora.
Apesar dos diferentes discursos, os partidos da ordem (PT, PSDB, PMDB, SD, PCdoB etc.) possuem todos um mesmo projeto, que é governar para os patrões e fazer os trabalhadores pagarem pela crise. Concretamente, isso significa atacar os direitos trabalhistas, a previdência social, bem como o serviço público que é prestado à população. 
Para seguirem sendo os gestores dos interesses do capital, esses partidos colocam de lado até mesmo suas principais diferenças. É o que acontece em Marília (SP).
Depois de espalhar aos quatro ventos que o impeachment era golpe, o PT resolveu se coligar com o Solidariedade, o mesmo partido do Paulinho da Força, árduo defensor do afastamento de Dilma Rousseff. Na cidade, esta coligação se materializou na candidatura de Juliano, um empresário cujo partido prega a ampliação da terceirização!
O mesmo vale para o PCdoB, que no âmbito nacional sempre foi contra o processo de cassação de Dilma, mas que agora decidiu se coligar com os “golpistas” do PSDB e do PMDB. Em Marília, todos eles se juntaram para lançar o candidato do PSDB, Daniel Alonso, outro empresário. Como nome da coligação, escolheram: “Marilia: desenvolvimento sem corrupção”. Isso quando esses partidos figuram entre os mais corruptos do país. Basta lembrar que o PMBD é o partido de Eduardo Cunha, recentemente cassado pelos seus pares, e que o PSDB está envolvido nos escândalos do “Trensalão” e do “Roubo da Merenda”.
Há, ainda, o atual prefeito Vinícius Camarinha (candidato à reeleição), que é representante da tradicional elite política mariliense e, além de ser alvo de investigações da Polícia Federal, assim como seu pai, está coligado com tudo que há de mais reacionário e retrógrado na política brasileira.
Nossa posição é que nenhuma destas candidaturas representa os interesses dos trabalhadores, jovens, mulheres, LGBT’s e dos negros e negras da nossa cidade, QUE SÃO, NA VERDADE, A MAIORIA ABSOLUTA DOS ELEITORES!
Dentre todos os candidatos à prefeitura do município, a candidatura do Barba Pintor é, sem dúvida, a mais progressiva. No entanto, ao que nos parece, a plataforma do PSOL não apresentou até o momento, de forma clara, um programa classista e independente, que defenda a “cidade para os trabalhadores” e que seja capaz de aglutinar os setores que protagonizaram as lutas no período mais recente, como foi o caso dos professores, estudantes e funcionários públicos.
Vale ressaltar que, sem a representatividade mínima de nove deputados na Câmara Federal, Barba (PSOL) não pode participar da série de entrevistas e debates televisionados. Isso deve-se à cláusula de barreira aprovada em maio de 2015, no qual os quatro deputados federais do PSOL (Chico Alencar, Edmilson Rodrigues, Ivan Valente e Jean Wyllys) votaram a favor.
Nós, do PSTU, queremos a cidade nas mãos dos trabalhadores e do povo pobre. Por isso, defendemos um governo socialista dos trabalhadores. A cidade deve ser controlada por comitês populares organizados nos bairros, na periferia e nos locais de trabalho. O povo deve decidir sobre o que fazer com 100% do dinheiro do orçamento público e vigiar sua aplicação.
Como nenhuma das candidaturas mencionadas defende esse programa, o PSTU/Marília indica aos trabalhadores e trabalhadoras o VOTO NULO*
Sabemos que as eleições são um jogo de cartas marcadas, onde prevalecem os interesses das classes dominantes. Não é diferente em Marília. Prova disso é que, em nossa cidade, 69% dos candidatos são homens, sendo que 83,4% se declararam brancos (aqueles que se declararam negros perfazem 5% do total). As mulheres marilienses representam 53,22% do eleitorado, sendo apenas 31% das candidaturas. Entretanto, NENHUMA delas é candidata à prefeita.  Tais números confirmam a triste realidade brasileira, marcada pelo machismo e pelo racismo.

O QUANTO VOCÊ CONFIA QUE ELEIÇÃO COM MAIORIA DE CANDIDATOS HOMENS, BRANCOS E RICOS, FINANCIADOS POR INTERESSES EMPRESARIAIS, APLICARÃO POLÍTICAS QUE ATENDAM AOS INTERESSES DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS?   

Portanto, não vamos mudar para valer as cidades ou o país com essas eleições, e sim com a luta unificada dos trabalhadores. Para defender o emprego, salário, educação e saúde públicas e gratuitas, moradia e saneamento básico, é preciso botar para fora Temer e todos eles que sempre governaram para os ricos e corruptos. É preciso unificar as lutas que ocorrem país afora e construir uma greve geral.  
Por isso, defendemos:
FORA TEMER! FORA TODOS ELES!
CONTRA O AJUSTE FISCAL!
CONTRA TODAS AS FORMAS DE OPRESSÃO!
UNIFICAR AS LUTAS E CONSTRUIR A GREVE GERAL!
POR UM GOVERNO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES!

*O PSTU em Marília ainda não dispõe de estrutura suficiente para lançar suas próprias candidaturas. Mesmo assim, achamos importante apresentar nossa posição e nossas ideias, bem como convidar todos os lutadores e lutadoras a conhecer o nosso partido e a virem construí-lo junto com a gente!

2 comentários:

  1. Orgulho de ter pertencido a esta Regional! Avante!

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  2. Ótimo texto.

    “A vida é bela. Que as futuras gerações a livrem de todo mal e opressão, e possam desfrutá-la em toda sua plenitude”.
    (Leon Trotsky)

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